quinta-feira, 12 de julho de 2007

Cacofonia Musical

Logo após meu primeiro contato com esse tal de blog, descobri que mexer com isso não é lá muito fácil.
Esse negócio todo de postar foto, mudar layout, colocar a janela de comentários em pop-up, títulos, links, amigos, preencher perfil, entre outros, não é tão fácil quanto mexer no Sr. Orkut. E isso me entristece profundamente.
Então chego à conclusão de que esta minha página virtual, na qual eu escrevo minhas modestas redações movidas pelo ócio, não terá nenhum atrativo visual, e se alguém quiser vir aqui vai ser para ler e nada mais. Hora bolas.
Passado esse primeiro momento de desabafo causado por uma frustração digital, me ponho a escrever sobre o que me traz aqui.
E o tema da abordagem de hoje do seu, do meu, do nosso, Alface & Tomate é... PAN PAN PAN PAN. Cacofonia Musical, termo inventado por “me, myself and I” para designar aquela coisa engraçada de quando você ouve algo em uma música, mas na verdade, o que está sendo dito é outra coisa, completamente diferente.
E como primeiro exemplo que eu darei deste fenômeno que diverte nossas vidas, é o de uma musica do grande pai do reggae, ídolo supremo dos maconheiros, surfistas, hippies, pseudo-hippies, hippie de boutique, forrozeiros, e outros amantes da maconha. O único, Bob Marley.
Em sua canção “Wainting in Vain”, Bob em toda sua majestade escreve uma letra muito bonita, que fala sobre amor e coisas assim. Só que o ele não contava era que na hora de cantá-la o fantasma da cacofonia musical iria assombrá-lo, e em português. Ao catar a frase “Cause if summer is here” Tio Bob não fala exatamente isso, mas sim uma algo que é constante no vocabulário de quem curte o seu som. “Rosa essa maresia”. Sera que a maresia do bagulho de Bob Marley era rosa? Não sei, mas não se poderia esperar nada muito diferente do pai do reggae.

E já que estamos falando de reggae, maresia e coisas a fim, não há momento mais propício para falarmos de quando o Incubus se enquadrou no tema abordado pelo texto.
Mas você deve estar se perguntando, “O que Incubus tem a ver com reggae?”. Então eu lhe respondo: Com reggae propriamente dito, nada. Mas escute o refrão da música “Blood on the Ground”. Mais precisamente a segunda parte, na qual claramente se ouve “Ah, da maconha everytime, e eu como um real”, quando na verdade Brandon (vocalista) queria dizer, “I bite my tongue everytime you come around”, mas depois dessa ai esse Brandon não me engana mais não. Ele curte unzinho que eu sei. E durante sua onda o cara come dinheiro. Vai entender.
E ainda nesse universo de drogas temos um outro exemplar que fez grande sucesso no mundo, e esse sim, se bobear era a letra. Vai dizer que você não se lembra de “U-Hul, Era fino é bem melhor” de “Song 2” do Blur. Eu não consigo acreditar até hoje que a frase certa é “When I fell heavy metal”. Não mesmo.
Agora chega de falar de maconha, maresia, e fino. Indo para o lado mais punk rock da vida temos o Blink 182, que também caiu nessa terrível armadilha do destino. Na música “Online Songs”, Mark Hoppus canta “Plase don't remind me put...”, mas na verdade o que se ouve é “Que sua mãe me disse”. Mas então, o que foi que a mãe do cara disse? Isso me deixou extremamente curioso. Porém isso parou por ai.
Mas se você está pensando que a cacofonia musical é uma exclusividade dos artistas estrangeiros, você está completamente enganado.
Uma música muito famosa da MPB, que eu conheço desde criança, e cantada por Djavan, também foi vitima do destino, e caiu nas garras desse acaso musical. Vai dizer que você nunca cantou ”Amarelo deserto...” ao em vez de “Amar é um deserto” em “Oceano”?! E o pior é que você só descobre que está cantando errado quando brota um violão na sua sala de aula no segundo ano, e alguém pega o maldito violão, e todos começam a cantar, e quando você menos esperar, BLAW. Todo mundo ri de você.
Sim isso aconteceu comigo, e não foi só dessa vez não.
Uma outra vez, o mesmo idiota que tocou Djavan começou a tocar Cláudio Zoli, “Noite do Prazer”. E eu, garotinho inocente, criado a leite com pêra e ovomaltino, penso: "Essa eu sei. Tá passando direto no programa da Sabrina Parlatore. Num tem como eu errar.".
E eis que mandei aquela frase clássica: “Tocando de biquíni sem parar”. Mas por incrível que pareça, eu estava certo. Ou pelos menos pensava que sim. Pois todo mundo cantou a mesma coisa. Ou quase todo mundo.
Quando olho para o canto da sala, uma única pessoa rindo enlouquecida enquanto o resto cantava alegremente. E eu em toda minha curiosidade adolescente vou perguntar o que tinha acontecido. E a resposta obtida foi: “Caralho, você ouviu isso? “Tocando de biquíni” hahahaha... Que povo burro”. E eu em toda a minha esperteza, comecei a rir também, para não ser taxado de trouxa outra vez. E falei: “É mesmo não é?! Cambada de burro.”. E a pessoa em questão me responde: “É mesmo. Tá na letra bicho, “Tocando BB King sem parar”! Cambada de idiota.”.
Mas desta vez, felizmente, eu sai por cima. YEAH!
Chega de falar das minhas façanhas colegiais. Voltemos ao assunto.
Agora que falei de quase todas as músicas das quais me lembro que sofreram cacofonia musical, posso falar da banda que mais reúne essas peculiaridades em suas músicas. O Queens Of The Stone Age.
O QOTSA pode ser considerado a rainha da cacofonia musical. Sacou?! Rainha, queens?! Ahm, ahm?!
Eles fazem tanto isso que chego a pensar que foi proposital. E se foi de propósito, eles demonstram em suas músicas uma verdadeira adoração pela música brasileira. Devoção essa que esta que é clara em “Medication”, quando Josh Homme canta “Medication Forrozão”. Sim sim, é isso. Não venha me falar que ele canta “Medication for us all”, pois eu não acredito.
E indo um pouco mais além, o QOTSA mostra em “Six Shooter” que se amarra num funk carioca. Tanto que o refrão da música é “Shoot” repetido 8 vezes, mas eles não cantam shoot. Eles cantam chão, deixando a música com uma letra digna de uma banda axé ou alguns mc’s de funk. Ouve lá, “Chão, chão, chão, chão, chão, chão, chão, chãaaaaaaaao”.
A devoção do QOTSA pela música brasileira acaba por ai. Mas as cacofonias não. Temos ainda uma bem legal, em “Another Love Song”, que se canta no refrão, “Eu disse another love song”, quando na verdade a letra é “It’s just another love song”.
Mas acho que é isso, se você conseguiu chegar até aqui vou me sentir uma pessoa muito feliz por ter feito você perder o seu tempo aqui na frente do computador, enquanto poderia estar fazendo algo mais interessante.
E chega de escrever.